terça-feira, 27 de outubro de 2009

A EFEMERIDADE DA VIDA


A morte é incômoda. Desde os primórdios intriga a humanidade. É tabu. Assunto nem sempre bem vindo nas rodas de conversa. Amedronta. É desconfortável. Afazeres urgem quando o danado do papo surge. E outros tantos emudecem diante de sua insistência. É prosa inconveniente que aparece sem convite.

Mas a morte está "bem viva" entre nós. Incoerente e injusta com a nossa percepção de tempo e justiça. Jovens, velhos, ricos e pobres haverão de encontrá-la. A maior certeza humana, pois todos atravessaremos o rio. O que há depois da travessia? O grande mistério! Este pode ser explicado pela religião, e cada uma dá a sua interpretação conforme seu conjunto de crenças. Outros, nem tão religiosos, buscam sua própria explicação. Mas é mistério...

Talvez por causa desse "tabu" ou da lacuna inerente a ela, ou até mesmo pela dificuldade em admiti-la exista em nosso calendário um dia separado, que não deveria ser de tristeza, mas de reflexão. Percepção real de que do pó viemos e a ele retornaremos. Prova da efemeridade humana. As Sagradas Escrituras nos dizem há séculos: "Toda carne é como a erva, e toda a sua glória , como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor."

O fato é que não devemos temê-la, pois a morte é a melhor conselheira. Desnuda nossas limitações. Nivela os seres humanos. Não poderemos vencê-la, pelo menos nessa vida. Enquanto lutamos ela ri em silêncio, esperando nossa rendição diante de sua sabedoria. Percebo que o seu maior legado a nós que ainda vivemos, é que de fato aprendamos a viver.

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